Instabilidade na economia aquece comércio de smartphones usados
A instabilidade política e ausência de um projeto econômico consistente transformaram o ano de 2016 num verdadeiro cavalo de Troia para quase todos os segmentos econômicos no Brasil.




O que o mercado tem dificuldade de identificar é qual o rumo que o país tomará a partir de agora, graças aos mesmos problemas que o trouxeram até aqui.




A queda na renda da população e o aumento do desemprego são apontados como grandes culpados, todavia, o grande problema é o futuro, o que tem feito com que as empresas façam planos conservadores.




Mercado de smartphones




Não é diferente no mercado de smartphones, onde o ano de 2016 mostrou recuos estratégicos de várias empresas, como Huawei, Sony e Xiaomi, apesar do faturamento do setor ter sido superior em 2% a 2015, segundo estudo da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), divulgado no final de 2016.




Pode parecer uma contradição, mas o que se pode notar é que o setor soube reagir à primeira grande tempestade, investindo em produtos de alto valor agregado, se voltando para atender o topo da pirâmide econômica.




Os demais dados da mesma pesquisa não mostram números nada animadores. Em relação a 2015, a venda de celulares teve queda de 10%, sendo que os smartphones, com queda de 11%, puxaram as vendas para baixo.




Produtos na mesma categoria de consumo, como tablets, desktops e notebooks, tiveram quedas mais acentuadas, de 32%, 37% e 30%, respectivamente. O faturamento do setor de informática teve queda, em relação a 2015, de 23%, um dado realmente assustador.




A boa notícia para o setor é que o uso dos smartphones vem se disseminando horizontal e verticalmente entre os consumidores. Eram 168 milhões de aparelhos em uso no Brasil em maio de 2016, segundo a Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, da FGV. A tendência é que continue crescendo, mas o dado mais animador é crescimento vertical, qualitativo, dos aparelhos, que cada vez mais se tornam mecanismos, não só de relacionamento entre as pessoas, mas de utilização de serviços.




Usados, recondicionados e providenciais




Esse aumento qualitativo do uso faz com que a demanda por melhores aparelhos e melhores serviços seja quase um traço cultural e comportamental do consumidor. Todas as pesquisas mostram um envolvimento e uma dependência cada vez maior na relação dos usuários com os aparelhos.




É nesse ambiente econômico e de aprimoramento do consumo que surge o mercado de smartphones usados e recondicionados. Sem dinheiro para comprar aparelhos novos, receosos quanto ao futuro e refratários ao endividamento, os consumidores vão encontrando no mercado de smartphones usados uma forma de dar aquele upgrade.




Enquanto numa ponta estão aqueles que vendem seus usados para viabilizar a compra de aparelhos novos e mais sofisticados, na outra estão aqueles que encontram a oportunidade de pagar menos por uma tecnologia à qual não teriam acesso.




Segundo pesquisa da IDC, o mercado de usados e recondicionados chegou a 8,3 milhões de unidades em 2015. A previsão do Instituto é de que o crescimento anual seja de 22,3%, atingindo 222,6 milhões de aparelhos em 2020. É, na verdade, uma tendência no encalço da outra. O momento não é de gastos desenfreados, mas o produto se torna cada vez mais desejado. Não é à toa que operadoras e varejistas estão investindo pesado nesse segmento.




A QG Brindes, empresa do mercado promocional, criou uma linha de acessórios personalizados para smartphones. De acordo com a empresa, o objetivo é atender a ações promocionais que visam alto impacto.